Departamento de Física
Brady Brady
Brady foi professor do Departamento de Física da Universidade Federal de Pernambuco de 1974 até sua aposentadoria em 2011.
Natural de Fortaleza, Brady concluiu a graduação em física na Universidade Federal do Rio Grande do Sul em 1971. De 1972 a 1974 fez o mestrado em física na Universidade Estadual de Campinas sob orientação de Nelson de Jesus Parada. Motivado por Sergio G. Coutinho, seu colega de mestrado na UNICAMP, foi para Recife onde concluiu o doutorado em física na Universidade Federal de Pernambuco em 1980 sob orientação de Ivon Palmeira Fittipaldi. Brady foi um dos primeiros doutores formados no Programa de Pós-graduação em Física da UFPE. Ainda durante o doutorado, passou a integrar o corpo docente do recém-criado Departamento de Física da UFPE, e contribuiu ativamente para que o departamento viesse a ser referência na física brasileira, ocupando uma posição de destaque que ainda se mantém.
De 1980 a 1982 Brady realizou um estágio de pós-doutorado no grupo de Robin Stinchcombe no Departamento de Física Teórica da Universidade de Oxford e no início da década de 1990 foi visitante no grupo de Eugene Stanley no Centro para Estudo de Polímeros do Departamento de Física da Universidade de Boston. Após sua aposentadoria da UFPE, Brady aceitou o convite do Programa de Pós-graduação em Física da Universidade Federal do Rio Grande do Norte onde foi professor visitante no Departamento de Física Teórica e Experimental de 2011 a 2018, contribuindo para a melhoria da qualidade do ensino e da pesquisa em Natal.
Francisco Brady foi um dos pioneiros na aplicação do método Monte Carlo a problemas de física estatística no Brasil. De 1976 a 2018 publicou 48 artigos científicos em física da matéria condensada e física estatística, principalmente nas áreas de magnetismo e sistemas complexos. Foi bolsista de produtividade em pesquisa do CNPq de 1983 até 2009. Nas últimas duas décadas dedicou-se principalmente ao estudo de redes complexas e suas aplicações na modelagem de sistemas físicos, químicos, econômicos e biológicos.
Brady participou ativamente de dezenas de edições do Encontro Nacional de Física da Matéria Condensada e do Encontro de Físicos do Norte e Nordeste, promovidos pela SBF, inclusive como membro de comitês organizadores. Como professor também estimulava seus alunos a participarem destes eventos e muitas vezes providenciava apoio financeiro para os estudantes, utilizando recursos próprios em algumas ocasiões.
Ao longo de 37 anos na UFPE, Brady ministrou várias disciplinas nos cursos de graduação e na pós-graduação em física. Devido a sua excelência como professor sempre foi muito querido por seus alunos. O professor Brady era conhecido também por seu senso de humor peculiar. Muitas vezes seus comentários perspicazes e bem humorados tornavam o ambiente acadêmico mais leve, humano e divertido.
No Programa de Pós-graduação em Física da UFPE, Brady orientou 12 dissertações de mestrado e 5 teses de doutorado. Vários de seus orientandos tornaram-se professores em instituições de ensino superior, dando continuidade ao seu compromisso com atividades de ensino e pesquisa.
Foi coordenador dos cursos de Graduação e Pós-graduação em Física, sub-chefe do Departamento de Física e vice-diretor do Centro de Ciências Exatas e da Natureza.
No âmbito pessoal, Francisco George Brady viveu uma parceria plena e feliz ao lado de sua esposa Cleide, companheira por toda a vida. Juntos criaram quatro filhas e ajudaram a cuidar de quatro netas e quatro netos. Aqueles que tiveram o privilégio de visitar a casa da família ou sua amada casa de praia, podiam facilmente perceber a aura de carinho mútuo entre George e suas cinco “mulheres”.
Francisco George Brady era um homem discreto, generoso e de caráter extraordinário. Mais do que um professor foi também um grande amigo e conselheiro de todos os seus alunos e uma figura paterna para seus orientandos. Sua trajetória continuará a servir de inspiração e exemplo para muitos de nós. Certamente deixará um grande vazio nos ambientes que costumava frequentar e sua ausência será muito sentida pelos amigos, colegas e familiares que tiveram o privilégio de usufruir de seu companheirismo ao longo de muitos anos.
14 de maio de 2020,
Adauto José Ferreira de Souza
Andre Luis da Mota Vilela
Cesar Ivan Nunes Sampaio Filho
Cid Bartolomeu de Araújo
Ernesto Carneiro Pessoa Raposo
Ivon Palmeira Fittipaldi
Jairo Rolim Lopes de Almeida
José Roberto Rios Leite
José Wellington Rocha Tabosa
Lidiane da Silva Araújo Costa
Luiz Felipe Cavalcanti Pereira
Mauricio Domingues Coutinho Filho
Nazareno Getter Ferreira de Medeiros
Paulo Roberto de Araújo Campos
Sergio Machado Rezende
Viviane Moraes de Oliveira